Exposição 4 | Campo. 2 Olhares


JOSÉ VIDAL [fotografia]
FERNANDO VIDAL [pintura]
Galeria Espaço Artever
de 18 de Junho a 18 de Julho de 2011



Campos mais vastosFernando Vidal volta a expor no Espaço Artever mas desta vez em companhia. Participa numa dupla com o filho, José Vidal.
Sendo esta exposição um projecto a dois não é um projecto dos dois. São sim dois projectos num espaço onde se encontram os dois. Quando se afirma ser um projecto a dois queremos dizer que os autores encontraram um “campus” que mais não é que a visão (dito por eles – 2 olhares) de cada um sobre o tema – o campo.
No trabalho que cada um vai realizando separadamente, se se denota alguma contaminação será na cor. Há algumas coincidências que se podem reconhecer mas num plano não visível. Isto eventualmente poderá radicar no convívio comum que têm. Coisas de pai e filho.
Voltando às obras de Fernando Vidal torna-se mais uma vez visível o
encantamento que tem pelo espaço campestre. Estas obras foram iniciadas em 2007, quando da realização de um conjunto de trabalhos sobre o Alentejo, e têm vindo a ser resolvidas ao longo dos últimos anos. De forma sensata não poderemos dizer que se trata de representações fiéis de campos ou de flores que se encontram insinuadas em todas as nove obras agora apresentadas. Notamos, antes, tratarem-se de apontamentos formais em obras informais e com carga abstratizante. Se observarmos com um pouco mais de atenção sente-se o sopro de um vento que ondeia o que não sabemos: Campos de forragem ondulante numa primavera Alentejana? Espelhos de água despertados por divindades do vento? Ou, simplesmente, tinta esvoaçante?
Se tentarmos encontrar uma morfologia do campo podemos sentar-nos e esperar. Talvez se encontre, antes, uma gramática da pintura: o ponto; a linha; a mancha; a textura; a cor; o espaço; a superfície e um tanto mais distante o volume. Todos estes ingredientes contribuem para que tenham sido confeccionadas nove telas/teia onde só se pressente o seu executante na comparação com a lírica apresentada em trabalhos anteriores. Nestes trabalhos há como que um campo cantado num despique e de improviso. Falando de limites podemos dizer que no limite dos limites destes trabalhos só o suporte os condiciona. Se observarmos com mais cautela verificamos que estas obras são como que um pormenor de campos mais vastos. E coincidência das coincidências, não é que se sente o mesmo nas fotografias de José Vidal. Coisas de pai e filho.
Amadora, Junho de 2011
José Mourão









Quando convidei o meu filho José a expor comigo na apresentação desta série de 9 pinturas sobre o campo (Alentejo) apenas lhe pedi que estas nos mostrassem o seu modo de o olhar.


‘’Olhar o campo’’

A fotografia de José Vidal reflecte muito da sua personalidade, da maneira de ser e de estar na vida e, de como se envolve com a sociedade.
Atento. A objectiva da sua câmara fotográfica, capta esse seu modo de estar. As suas escolhas mostram a particularidade do seu “olhar”.
Preocupado. A Terra e a forma como o Homem se envolve com a Natureza, são uma das suas motivações e paixões. Para si a paisagem é um todo. Mesmo quando esse todo se limita a um único pormenor.
Exigente. Procura nestas suas fotografias que se sinta o vento e se oiçam os silêncios. Que se recordem os cheiros e se repouse a vista e o coração.
Insatisfeito. Tem sempre mais uma fotografia para tirar e quando acaba tem sempre menos uma que pretendia ter.
 

Mas sobretudo para mim o José é um excelente ser humano. Mas isto sou eu a dizer, que sou seu pai.

Um muito orgulhoso, pai.

Fernando Vidal





Inauguração: